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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CONVIDEI PARA JANTAR ... QUATRO RAINHAS


Quando as conheci, no período breve da vida que dá pelo nome de fim da infância ou pré-adolescência, eram ainda e tão só princesas: três de sangue real e uma que, pelo casamento, se tornou princesa consorte. Tinha-lhes perdido o rasto por alturas dos respectivos casamentos e do, então clássico, “foram felizes para sempre”. Com excepção de uma, cujas últimas notícias eram que tinha morrido por amor.
Após várias “googladas” logrei traçar o rasto de todas elas!  Algumas tinham-se tornado entretanto rainhas pelo que, de Altezas Reais, haviam passado a Majestades. A que teria morrido por amor, afinal, ainda estava viva. Mas não vou já desvendar os seus destinos…
Após abundante (diria mesmo, ad nauseum…) troca de emails, sobretudo com os respectivos Chefes de Protocolo, consegui agendar um encontro.
O protocolo era relativamente simples - felizmente as Altezas e as Majestades genuínas são muito menos deslumbradas do que as chamadas “rainhas da pop” - e as únicas restrições que me foram referidas foi que nenhuma delas comia carne e que todas tinham agendas muito preenchidas pelo que não poderiam demorar-se mais do que três horas. Bom, com a ausência de carne vivo eu própria e muito bem há muitos anos pelo que o encontro tinha pinta de vir a correr bem…
À medida que se aproximava o dia e a hora da pequena recepção comecei a ficar nervosa – como estariam? Teriam envelhecido bem? Ou iriam entrar-me em casa quatro fósseis com botox?
O grande dia chegou e foi ocupado nas compras, na cozinha e com todos os preparativos inerentes a uma recepção de convidados reais.
A primeira a chegar foi Ariel, aquela que, segundo rezava a história, teria morrido por amor. Afinal, como me contara no email em que aceitara o convite, decidira à ultima hora que esse era um capítulo da sua vida que só a ela lhe competia escrever e, avisadamente, pensou que se a única coisa que não tem remédio é a morte, o seu coração bem podia ser consertado … ou reciclado. Já Woody Allen dizia, em “Ana e as suas irmãs”, que o coração é um musculozinho com uma enorme capacidade de recuperação…
Estava tal e qual a conhecera: os cabelos conservavam o loiro nórdico de então, apenas polvilhados de alguns fios brancos, e estavam singelamente penteados numa trança que lhe pendia para a frente, por cima de um dos ombros. No alto da cabeça usava a tiara de pérolas que a avó lhe oferecera por ocasião da sua maioridade. O vestido era fantástico – corpo preto e saia antracite, que terminava com um bordado de ostras naturais – certamente uma homenagem à avó, que igualmente lhas oferecera quando atingira a maioridade. Os olhos azuis mantinham o brilho da juventude e miravam avidamente tudo o que a rodeava.
De repente, o prédio estremeceu e, das escadas, surgiram sete “gorilas”, vestidos de negro, com óculos escuros e auriculares nas orelhas. Traziam uns detectores com que escrutinaram  toda a casa e até o prédio – para espanto desmedido da vizinha do lado. Eram os seguranças da minha convidada seguinte, que vinham garantir que a casa não estava armadilhada (se eles soubesse o preço das casas em Portugal perceberiam logo que ninguém, no seu perfeito juízo, as faz explodir. Quer dizer, só se fosse para deixar de pagar IMI…) Saíram os sete gorilas e entrou Branca. Quando tirou a enorme capa que a envolvia desde a cabeça até aos pés e que apenas deixava revelar uns olhos negro azeviche, pudemos admirar o vestido negro e cinza, elegantíssimo, que lhe realçava  a pele nívea  que fazia jus ao nome de baptismo.  Branca contou-nos aquilo que já adivinháramos: casara com um príncipe, sim, mas do lado errado do mundo, daquele mundo que acha que mulher não é gente e que o decoro obriga a que tenha que tapar cara, cabelo e corpo.
Eis que chega Aurora, Bela, belíssima, aliás, com um ar ainda ligeiramente ensonado mas nem por isso menos exuberante. O tempo não havia passado por ela e o fato, oh meu Deus! Parecia saído directamente do filme Midnignht in Paris! Maravilhoso, fabuloso, nuns tons de cinza antracite e vermelho cardinal, em que realçava o veludo polposo do casaco e um colar, pulseira e aneis de contas de vidro multicolor que, por efeito da refracção,  estamparam nas paredes brancas da sala uma profusão de arco-íris saltitantes. O chapéu era um assombro, e o cabelo “à garçonne” que deixou ver quando o tirou deixou-nos sem fala. Tão retro e tão moderna! Aurora ria com um riso límpido e cristalino, e a sua boa disposição contagiou-nos a todas. Falamos de frivolidades e futilidades. Aurora parecia ter estado ausente nos últimos (muitos) anos e saber pouco do mundo, para ela a vida continuava a ser uma festa, como havia aliás escrito Hemingway, que conhecera no decurso da sua existência cosmopolita. “E o marido? “ousei perguntar. “Ora, ora, quem quer saber disso, um chato, um chato, sem qualquer imaginação, passo muito bem sem maridos. Foi fácil ver-me livre dele – o casamento, sabem, não se consumou." «….???!!!» "Isso mesmo", retorquiu ela.
E por aí ficámos porque eis que chegou a última convidada. Atrasada, carregadinha de sacos das lojas caras da Av. da Liberdade. Cheia de ohs! e ahs! para tudo o que não tivera tempo de comprar. Era, de longe, a mais produzida das quatro – vestido preto de couro, justíssimo, uns vertiginosos sapatos com solas vermelhas e saltos de 15cm, transparentes e cravejados de cristais. A cara denotava algumas intervenções, cuidadas e  meticulosas, que a mantinham dez anos mais nova. Era gira, atrevida e divertida, moderna, mas sem a distinção das demais e sem a (in)genuinidade que se sentia na gargalhada fresca de Aurora. Percebemos que a sua vida se passava de loja em loja, de cabeleireiro em cabeleireiro, de festa em festa, e que o príncipe que a tornara princesa consorte, hoje rainha, há muito que se dedicava a calçar sapatinhos a outras mulheres. Nada que a preocupasse. Enquanto houvesse plafond no cartão de crédito e desfiles em Paris, Milão e Nova Iorque…

Seguiu-se um momento gelado em que todas olhavam umas para as outras com ar de quem mede os (in)sucessos alheios e os compara com os próprios, gelo esse quebrado por Ariel, que as abraçou a todas e expressou, por gestos, a alegria que sentia com o reencontro, depois dos anos de um afastamento inexplicável atenta a proximidade que as unira no passado.
A partir daí a conversa fluiu, vieram ao de cima algumas (muito poucas...) confidências, até que achei apropriado que passássemos ao lanche ajantarado, cuja descrição segue no fim da crónica.
O tempo passou, célere, esgotaram-se as três horas protocolares, e as minhas quatro rainhas partiram como haviam chegado, regressando para os seus mundos e vidas que, muito provavelmente, não voltarão a cruzar-se com os meus.

A todas as convidadas havia pedido que, em vez de prendas protocolares, me escrevessem umas linhas contando ou re-escrevendo as suas vidas a partir dos últimos factos que são de conhecimento público. Transcreverei, com reserva e pudor, o que elas me quiseram contar.
Da história de amor frustrado, Ariel só não conseguira recuperar a voz. Mas esta princesa real percebeu a tempo que a paixão patológica que a levara a abandonar a família e a abdicar do seu verdadeiro eu, e que ao não ser correspondida, lhe iria provocar a morte, só podia ser uma coisa boa para livros e filmes de melodrama. Assim, decidira tomar conta do seu destino e traçar um caminho que ela própria definiu, diferente de todos aqueles que lhe foram sendo destinados, primeiro pela sua origem social e logo pela mais do que desastrada escolha amorosa que empreendera. Salientava que o facto de ter nascido numa família muito liberal e que cultivava a liberdade com responsabilidade tinha sido determinante na sua história pois a família não só não a impedira de seguir o amor quase trágico como a acolhera de volta depois da grande “débacle”, envolvendo-a numa doce armadura de amor e carinho que a ajudaram a cicatrizar as feridas quase letais. Ariel demorou muito a “consertar” o seu pequeno coração mas conseguiu. Com o tempo, percebeu que a melhor maneira de ultrapassar a sua dor seria sair de si, relativizar, e assim criou uma organização, que baptizou de Corações Partidos, para ajudar pessoas com histórias de vida parecidas com a sua. Nas linhas finais realça que o nome da associação parece piroso mas que há uma cardiopatia que, em português do Brasil, tem precisamente esse nome…
A avó, sua grande mentora, havia entretanto morrido e ela, apesar de ser a mais nova das seis irmãs, assumira no palácio real uma posição equiparável à de uma Rainha-Mãe, sendo ela quem lidera os ritos de passagem à maioridade das sobrinhas, para além de as ocupar com muitas tarefas de voluntariado "para ocuparem a cabeça e não terem tempo para disparates e, sobretudo, não se deixarem seduzir por cantos de sereia".
À minha pergunta sobre se as irmãs, todas casadas no seu meio e condição, tinham sido felizes para sempre, retorquiu que, não constava que fossem infelizes, pelo menos o tempo todo…

Branca revia-se no clássico casamento-fuga – estava tão mal e infeliz que caíra nos braços do primeiro príncipe que lhe aparecera e duma sujeição passara a outra, esta pior porque não tinha a esperança de um futuro melhor. O futuro do passado era o actual presente e era no aqui e agora que ela tinha que viver sem possibilidade de fuga. Tinha filhos, aliás já tinha netos, e sempre que vinha ao lado certo do mundo sentia-se em casa e aproveitava para fruir a relativa liberdade de tais viagens. À pergunta sacramental “Feliz para sempre?“ respondia que feliz, sim, às vezes, sobretudo quando estava de volta das suas actividades e causas. Dedicara-se à pintura, lia muito e refugiava-se na música – estranhamente, ou talvez não, o seu compositor favorito era Puccini, esse expoente máximo do expressionismo musical. Tal como a convidada anterior, criara uma organização de apoio a mulheres de baixa condição social e económica, mais sujeitas às injustiças e maus tratos e nessa dedicação a terceiros conseguia relativizar a sua razoável infelicidade e encontrar o equilíbrio necessário para viver o dia a dia sem sobressaltos. E confessava que o marido, fora do país e da família de origem, conseguia ser uma pessoa encantadora.
Aurora era o exemplo típico de quem passara a maior parte da vida a fugir dos problemas para não ter que os encarar e resolver. Despachara o marido ao fim de quinze dias de casada. A declaração de nulidade demorou anos a ser tramitada mas Aurora não se preocupou com tal pormenor – com o autismo emocional que então a caracterizava, ignorou o assunto, fechou-se no seu mundo e não deixou que tal facto a afectasse. Manteve-se jovem, viva e atraente. Suscitou muitas paixões, teve vários namorados – “amizades”, como ela, pudicamente, lhes chamava, “amizades coloridas”, acrescentou. Ao reino onde nascera sucedera uma república e, por morte dos pais, ela passara a ser a putativa candidata ao trono, bem sabendo que tal nunca se concretizaria. Aproveitava, no entanto, o que vida tinha para lhe oferecer. E não, não fora feliz para sempre, apenas tinha sido infeliz  quinze dias e, muito sensatamente, descobrira que o melhor caminho para se ser infeliz era pensar que se vai ser sempre feliz, como que por decreto. “Sabe” escrevia-me ela “a felicidade é um produto derivado, tem que se trabalhar muito para lá chegar e, tal como no jogo do pau de sebo,  quando pensamos que estamos a chegar ao topo, já estamos a estatelar-nos no chão…”. Em resumo: bastava-se com o que tinha e o que tinha era toda a sua experiência de vida, as pessoas que conhecera, os ambientes que frequentara, as viagens que lhe trouxeram um cosmopolitismo e uma compreensão pelo outro, pelo diferente, que a levavam a recusar o pré-conceito e o pré-juízo. O seu círculo de amizades incluía gente boémia, artistas de bas-fond, absolutamente desconhecidos, mas de talento invulgar. E todo esse bem-estar interior se reflectia no esplendor do riso, do olhar seguro de quem sabe o que vale e não tem nada a provar. Confidenciava-me, por último, que poucos bens materiais tinha, gostava de sentir a liberdade de poder ir para onde quisesse sem grandes constrangimentos. Vivia em casas de amigos, as roupas eram todas herdadas das avós e da mãe, e, qual Scarlett O'Hara, sempre que necessário, reciclava umas cortinas ou colchas num novo vestido ou fato.
Por último, a nossa deslumbrada: assumia-se, descaradamente e sem qualquer vergonha, como tal, consumista dos quatro costados - segundo ela, é preciso fazer viver a economia e deixar de consumir provoca desemprego e mais recessão! A vida é muito curta e ela quer aproveitar tudo aquilo a que acha ter direito. Percebia-se nas entrelinhas o horror ao vazio e daí a euforia contínua em que vivia. Com uma excepção apenas - todas as semanas, passava, absolutamente incógnita, um dia inteiro numa creche de crianças, que, pelas mais diversas razões, tinham sido abandonadas. Aí fazia tudo, mesmo tudo, desde cozinhar, limpar, dar banho aos bebés, mimá-los, alimentá-los... E, segundo ela, eram os seus momentos de felicidade máxima. Não adiantou mais explicações ou detalhes.

Como terão já adivinhado, as minhas convidadas eram a Sereiazinha, a Branca de Neve, a Bela Adormecida e a Cinderela ou Gata Borralheira, e esta história, não tendo moral porque não é uma fábula, procura demonstrar que não há determinismos nem profecias que tenham que se auto-cumprir: as nossas vidas são nossas e somos nós as únicas responsáveis pelos nossos destinos e opções a eles subjacentes.

  




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 Com esta história e receita respondo ao desafio deste mês do Convidei para Jantar, lançado pela Ana e de que a Alice é anfitriã.

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AMUSE GUEULE

 

Da direita para a esquerda: cocktail de sumo de maçã com frutos vermelhos, queques de algas com azeitonas, focaccia de atum e ervas aromáticas, paté de tofu fermentado, queques de cogumelos, paté de abacate, tostas de pão ázimo.

QUEQUES SALGADOS

INGREDIENTES

            A)

§  460 gr de farinha branca
§  2 saquetas de fermento instantâneo

            B)

§  240gr de Leite de soja
§  130 gr de óleo
§  Umas gotas de limão
§  1 pouco de mostarda

   RECHEIO DE COGUMELOS

§  Cogumelos paris e marron picados finamente
§  1 dente de alho picado
§  Cebola picada
§  Sal
§  Cebolinho
§  azeite

   RECHEIO DE AZEITONAS E ALGAS FRESCAS

§  Uma chávena de azeitonas descaroçadas
§  2 colheres de sopa de algas frescas bem demolhadas para tirar o   excesso de sal (no caso, alface do mar e dulse)
§  Raspa de laranja
§  1 colher de chá de malte de cevada
§  1 dente de alho picado

PREPARAÇÃO

    MASSA

  • Envolver a farinha com o fermento.
  • Bater os ingredientes B) com a varinha mágica até ficarem bem emulsionados.
  • Misturar A) com B) - só após os recheios estarem prontos.

    RECHEIOS

  • Fazer dois estufados com o alho e a cebola picados finamente, acrescentar num os cogumelos e no outro as azeitonas e as algas. 
  • Deixar refogar suavemente até os vegetais ficarem tenros e sem líquido.
  • Para cortar o sal do estufado de azeitonas e algas juntei a raspa de laranja e uma colher de malte de cevada que conferiu um toque agri-doce um tanto ou quanto exótico.
  • Polvilhar com cebolinho picado

FINALIZAÇÃO

Colocar uma colherada de massa nas formas de queque, juntar uma colher de chá de um dos recheios e cobrir com mais uma colherada de massa. Polvilhar com sementes de sésamo preto e sementes de girasol.
Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos. 

PATÉ DE TOFU FERMENTADO EM MISO

INGREDIENTES:

§  250 gr tofu
§  Miso para barrar
§  Cebolinho

PREPARAÇÃO

Na véspera cozer o tofu em água cerca de 2 / 3 minutos. Deixar arrefecer, partir em fatias grossas e barrar generosamente com miso. Guardar no frigorífico pelo menos 24 horas.
Retirar o excesso de miso, adicionar cebolinho e triturar com a varinha mágica ou na 1,2,3. Rectificar os temperos se necessário (uma pitada de vinagre de ameixa ajuda a abrir os sabores, um pouco de natas de soja dá uma textura mais cremosa).

PATÉ DE PERA ABACATE

INGREDIENTES:

§  2 abacates
§  Sumo de limão
§  Sal
§  Pimenta
§  Uma colherada de natas de soja

PREPARAÇÃO

Descascar os abacates e salpica-los com sumo de limão para não escurecerem. Juntar os ingredientes e triturar com a varinha mágica. Rectificar os temperos.
Servir ambos os patés com tostas de pão ázimo.
Acompanha um sumo frisante, preparado com água das pedras fresca, sumo natural de maçã gelado, decorado com frutos vermelhos e folhas de hortelã.


VELOUTÉ DE COGUMELOS

INGREDIENTES

§  150 gr de cogumelos  de paris
§  2 cogumelos  portobello
§  ¼ de couve flor
§  1 cebola e 2 dentes de alho picados
§  Água q. b.
§  Sal, pimenta, louro
§  Natas de soja (no caso, utilizei leite de soja)
§  Salsa frisada

PREPARAÇÃO

Estufar a cebola com os alhos, o louro (este cortado ao meio com uma tesoura de forma a retirar-lhe a nervura central) e pitada de sal num pouco de azeite.
Juntar os cogumelos lavados, arranjados e picados e a couve flor lavada e cortada. Cobrir com água e deixar cozer. Retirar o louro e reservar.
No momento de servir, aquecer o preparado e levá-lo ao liquidificador, adicionar um pouco de leite de soja e bater bem até obter uma mistura fofa e muito emulsionada. Se necessário, acrescentar mais água a ferver para obter uma consistência cremosa mas não pesada.
Servir decorado com um pouco de cogumelos picados “roubados” ao recheio dos queques.








FOCACCIA

INGREDIENTES

A)

§  2 taças de Farinha (1 integral e 1 branca)
§  1 saqueta de levedura
§  1 colher de sobremesa rasa de sal
§  2*0,55 taças de água morna
§  3 colheres de sopa de azeite

B)

§  1 lata de atum picado com cebola e salsa para o recheio
§  Ervas aromáticas a gosto – orégãos e manjericão secos

C)

§  Sal para polvilhar

PREPARAÇÃO

Colocar os ingredientes A) na máquina do pão (programa pão integral) começando pelos líquidos. Quando a máquina apitar – ou 5 minutos antes do fim do programa de amassar -, juntar os ingredientes B). Deixar correr o programa até ao fim do processo de levedar, retirando então a massa da máquina e colocando-a estendida no tabuleiro do forno em duas tiras. Com os dedos das mãos fazer uns efeitos “capitonné” e polvilhar com sal grosso.
Coze em forno pré-aquecido a 200ºC e depois mantido a 180ºC durante 30 minutos.

PETITE SALADE VERTE

INGREDIENTES

§  Alface em diversas variedades (chicória, francesa e roxa)
§  Molho vinagreta

BOLO PUDIM DE CHOCOLATE COM LARANJA

INGREDIENTES

§  125 ml de leite de soja
§  125 gr de farinha com fermento
§  2 colheres de sopa de cacau em pó magro
§  50 gr. de chocolate preto com mais de 70% de teor de cacau (no caso tinha 85%) derretido em banho maria
§  2 conchas de sopa de geleia de arroz
§  1 ovo
§  50 gr. de manteiga bio derretida em banho maria
§  500 ml de água
§  Raspa de uma laranja

PREPARAÇÃO

Colocar a farinha e o cacau numa taça e envolve-los bem, adicionar o leite com metade da geleia de arroz, o ovo batido e a manteiga derretida. Envolver bem sem bater. Dissolver muito bem o chocolate derretido e a restante geleia na água a ferver, juntando lentamente na massa pelas costas de uma colher de sopa. Mexer, acrescentar a raspa de laranja e levar ao forno quente (180ºC) durante 30 minutos.



Notas:
1. As receitas aqui referidas têm as seguintes origens: os queques são uma adaptação de minha lavra de uma receita de queques doces do Marco Fonseca; a foccacia e o paté de tofu são igualmente baseados em receitas do Marco. Do creme de cogumelos já me esqueci a origem; já o cozinho há uns bons 20 anos (nessa altura, como diriam uns velhos do Restelo, com natinhas boas de vaquinhas igualmente boas e que talvez se rissem…). O bolo é uma receita da Eugénia Varatojo.
Embora inicialmente tenha previsto servir um champagne brut achei que este não tinha a nada a ver com os “sólidos” e optei pelo tinto do Douro, um clássico chez ptc.
Apesar de ser um lanche ajantarado, havia demasiadas farinhas e demasiado forno. A refeição precisava de um toque de frescura adicional para além da salada.
Infelizmente já não houve espaço para as peras bêbedas que uma das comensais simpaticamente levou, mas posso dizer, ainda que por ouvir dizer, que estão óptimas!
2. Os vestidos das fotos e que me serviram de inspiração à descrição das personagens podem ser encontrados em diversas lojas de Lisboa, no eixo Rua da Escola Politécnica - Rua D. Pedro V.
3. As jóias foram retiradas da colecção Outono / Inverno da Swarovski.
4. A imagem alusiva às rainhas teve a inestimável colaboração da cara-metade. 


8 comentários:

  1. Bem, é uma visão muito interessante acerca dos finais (relativamente) felizes das princesas encantadas!
    Parabéns por todo o enredo e pelo menu real escolhido, cheio de fausto e requinte!
    Obrigada pela participação:)
    Beijinhos

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    1. Obrigada Alice, o tema era muito desafiante e deu-me um especial prazer desconstrui-lo e inventar histórias para personagens de ficção.
      Os meus parabéns aos velvet cupcakes (as fotos estavam maravilhosas) e à escolha da personagem, uma rainha que certamente não foi feliz para sempre e cuja biografia, escrita por Stephen Zweig,vou começar a ler.
      E, por último, mas não menos importante, o seu resumo desta edição foi super-engraçado e original. Dou-lhe os meus sinceros parabéns, pois eu não saberia por onde começar.

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  2. Fantástico este seu artigo desde a primeira palavra à ultima. Adorei as histórias das suas convidadas e sobretudo o que procurou mostrar, em termos de moral com cada uma delas.

    Muitos parabéns, mesmo. Fiquei sem palavras...

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    1. Cara "Turista",
      Qual o "acidente" que a levou a passar por aqui?
      Seja ele qual for, obrigada pelas suas palavras que reflectem a leitura atenta que terá efectuado da minha historieta.
      Os contos de que parti - e que devem ser os mais populares de todos graças aos filmes da Disney - tiveram o seu lugar na minha infância mas ao relê-los, já adulta, fiquei horrorizada com a mensagem subjacente: tanto determinismo - ou era o princípe ou era a madastra malvada, ou era o princípe ou era o sono eterno, era o princípe ou era a morte certa. Sempre gostei muito mais das Doze Pincesas Dançarinas - essas saíam à noite, gastavam os sapatos a dançar com os homens - príncipes ou nao - que ELAS próprias escolhiam. Definitivamente, not a good movie for Hollywood...
      E, depois, passei directamente dos Contos de Fadas para Alexandre Dumas e os Três Mosqueteiros, e aí percebi que as verdadeiras rainhas não tinham nascido para serem felizes para sempre...
      Volte sempre, ainda que sem acidentes!

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  3. Respostas
    1. Mané,
      Olhe que não, olhe que não...
      As Altezas tinham muito de terreno e pouco de divino...
      Um abraço.

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  4. Além dos talentos culinários, fomos brindados agora com a expressão de talentos literários...sempre suspeitámos, dadas as referências e as inúmeras leituras, mas não sabíamos que a anfitriã era tão dotada! Junta-se a argúcia na observação, o humor fino e a elegância na expressão e, para além dos muito estimados quitutes, temos autora de mão cheia!
    E quanto à excelência dos ingredientes do modestamente chamado "lanche ajantarado", só me ocorre que seriam uma bela presença sobre a toalha de "Naquele piquenique de burguesas / Houve uma coisa simplesmente bela..."

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