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segunda-feira, 25 de março de 2013

UM JANTAR DE ANO NOVO E DOIS DESAFIOS...

Sim, é verdade – há muitos anos novos para além do do nosso calendário Gregoriano…
Tradicionalmente este convívio de Ano Novo entre amigos calhava nos Reis.
Este ano - o tal de todos os perigos - não foi possível nos Reis e esteve marcado para 10 de Fevereiro, Dia de Ano Novo Chinês (ano da Serpente).
Tendo o Ano Chinês calhado no Domingo de Carnaval, adiou-se o jantar, o qual veio finalmente a coincidir (mais ou menos…) com o Ano Novo Persa e o Equinócio da Primavera, acontecidos, respectivamente, dias 21 e 20 de Março.
O Ano Persa nada me diz mas o Equinócio, esse, diz-me tudo, a mim criatura solar que precisa da luz como do ar: dias cada vez maiores, muita luz, muito Sol (espera-se!) e muita serotonina para curar invernais depressões e outras maleitas.



Aos convidados foram lançados dois desafios - o primeiro, consistia em trazer uma "multa" baseada numa receita publicada neste blog.
Ao segundo já lá vamos... 














Passemos, então, ao menu Jantar de Ano Novo.

A anfitriã e autora destas linhas trataria das “piéces de resistence”, a saber ods aperitivos sólidos, da sopa e do prato principal.


APERITIVOS
Focaccia de atum
Focaccia de algas
(receitas de Marco Fonseca)
Ingredientes e Preparação
Para cada focaccia
Ervas aromáticas a gosto (orégãos, manjericão, tomilho, alecrim)
2 taças de farinha semi-integral (ou uma integral e uma não integral);
Levedura (1 pacote por cada 500gr de farinha)
2 colheres de sopa de malte de cevada (opcional, não usado neste caso)
1 colher de sopa rasa de sal
Água morna na proporção de 0,55% de cada medida da farinha
2 colheres de sopa de azeite
para a focaccia de algas: 3 colheres de sopa de alga arame ou hiziki demolhada e picada
para a focaccia de atum: 1 lata de atum


Método tradicional: Amassar bem a farinha com todos os demais ingredientes até formar uma massa homogénea e pesada. Fazer uma cruz, tapar o recipiente com um pano e deixar levedar em sítio quente.
Método utilizado: Colocar a farinha, água, azeite, sal, (malte) e levedura na máquina do pão, programa pão básico; quando apitar (ou equivalente, segundo o programa da máquina), acrescentar as ervas e o ingrediente da focaccia em questão. Deixar prosseguir o programa até ao fim do ciclo de levedar, desligar a máquina.
Quando oportuno, estender a massa num tabuleiro largo e polvilhado com farinha. Coze cerca de 30 minutos. Servir morno (porque quente, já se sabe, provoca aquele efeito de “expansão interior” que não convém nada…).


Sangria de frutos silvestres (multa) aqui publicada em DOMINGO 15 de JULHO, NOITE DE JANTAR DE VERÃO.



SOPA DE PEIXE
Esta sopa é inspirada nas sopas do livro “A cozinha de Vítor Sobral” e na receita dos "Menus Festivos" do Curso Anual de Culinária Macrobiótica 2010/11, do IMP, com a qual inaugurei a minha participação neste blog.
Mas não segui à risca nenhuma delas.


Ingredientes e preparação do caldo
2 cabeças e espinha dorsais de tamboril
½ Alho francês em rodelas.
1 tira de alga wakamé
Pitada de sal
Pimenta
2 folhas de louro
Colocar água numa panela alta com o alho francês, a alga, a pimenta; quando ferver, colocar as cabeças de tamboril e respectivas espinhas dorsais e um pouco antes destas estarem cozidas, os fígados dos peixes. Desligar o lume quando o peixe estiver cozido, deixar arrefecer e separar os nacos de peixe cozido da parafernália de espinhas & cartilagens, deixando apenas estas últimas, que se voltam a pôr na panela, deixando ferver até o líquido reduzir para metade.
Coar o líquido e reservar.
Limpar as espinhas e cartilagens uma a uma aproveitando toda a gelatina nelas existentes (é uma enorme trabalheira, mas fica um caldo rico e muito proteico). Juntar todas estas partes gelatinosas e eventuais pedacinhos de peixe ao caldo, em conjunto com a alga e alho francês cozidos, triturar e coar. Reservar.


Ingredientes e preparação da sopa
2 cebolas, 2 cenouras, 1/2 pimento vermelho, 7 a 8 cogumelos frescos, todos em cubos pequeninos, 1 folha de louro, hortelã, vinagre de ameixa q.b., 2 dentes de alho picados e azeite, os nacos e fígados das cabeças de peixe cozidas, miso branco.
Saltear a cebola no azeite com sal durante alguns minutos até ficar transparente, juntar a cenoura, o cogumelo, e, por fim,  o pimento. Cobrir com água e deixar estufar mais 15 a 20 minutos. Juntar o caldo de peixe que for necessário para o número de comensais (o que sobrar pode congelar-se em pequenos recipientes para uso futuro).
Deixar cozinhar alguns minutos (+/- cinco), retirar uma porção de caldo e misturar com uma quantidade generosa de miso branco. Acrescentar os pequenos nacos de peixe os fígados cortados em pedacinhos. Rectificar o tempero e borrifar com vinagre de ameixa.
Servir em taças de consommé, decorado com folhas de hortelã frescas.



EMPADÃO DE TAMBORIL COM VEGETAIS, MASSA ESPIRAL E MAIONESE DE TOFU SEDOSO
Ingredientes
Peixe: 2 lombos de tamboril bem abertos em filetes (tem que se cortar de modo a “desfazer” o rolo formado pelos lombos), cozidos num tacho largo e em pouca água
Massa: ½kg de massa espiral bicolor biológica, cozida.
Vegetais: cogumelos frescos variados a gosto, cortados em pequenos cubos, 4 cebolas cortadas em meias luas grossas, 4 cenouras e 1/2 pimento cortadas em palitos finos, que se preparam da seguinte maneira:
Aquecer um tacho largo e fundo, juntar o azeite necessário para forrar o fundo, colocar a cebola e temperar com sal; quando a cebola estiver a ficar transparente, adicionar a cenoura com uma pitada de sal e, por fim os cogumelos e o pimento. No fim, borrifar com vinagre de ameixa q.b. e rectificar o tempero.
Maionese: 2 pacotes de tofu silk, azeite q.b., 1 colher café de mostarda, uma colher de sobremesa de sumo de limão, sal a gosto, uma pitada de pimenta, ervas aromáticas a gosto (no caso, manjericão) e um golpe de vinagre de ameixa. Triturar tudo com a varinha mágica num recipiente alto.
Finalização
Num recipiente de ir ao forno colocar no fundo os vegetais estufados, cobrir com os lombos de tamboril, a massa cozida e a maionese que se pode salpicar com ervas aromáticas picadas. Levar ao forno cerca de meia hora e servir de imediato.




O empadão foi acompanhado de uma salada muito bem preparada (multa).











SOBREMESA







A acompanhar, uns vinhos do Douro, multas de quem sabe do que a casa gosta em matérias de Baco…

E, mesmo no fim, para despedida de mais um ano quase a cumprir-se, um bolo confeccionado de acordo com a receita de bolo de aniversário do Marco Fonseca. 









Ingredientes e preparação
Base
A)   300gr de farinha de amêndoa, 300gr de farinha de espelta ou trigo; 1 pacote de 18gtr de levedura instantânea.
B)   200ml de leite de soja; 200 ml de óleo de grainha de uva; 200ml de concentrado de maçã ou de geleia de arroz, pitada de sal.
Misturar os ingredientes de A e, separadamente, os de B, estes com a varinha mágica, e envolver B em A. Levar ao forno pré-aquecido e à temperatura de 180ºC, em forma redonda untada e polvilhada com farinha, durante cerca de uma hora.
Recheio

0.5kg de abóbora, de preferência hokaido (larga menos água), geleia de arroz a gosto (300 a 400gr), casca de limão, pau de canela, 1 colher de sopa de amido de milho e 1 colher de chá de agar-agar dissolvidos numa chávena de leite de arroz ou soja, um pouco de vagem de baunilha, pitada de sal.
Cozer a abóbora com uma pitada de sal, a casca de limão, a baunilha e o pau de canela e o mínimo possível de água; quando estiver cozida, escorrer, retirar a casca de limão, a baunilha e o pau de canela triturá-la com a varinha mágica.
Numa panela levar ao lume o leite de soja com o puré de abóbora, a geleia e o amido e o agar-agar previamente dissolvidos.
Mexer continuamente o preparado. Prová-lo para rectificar o doce, tendo em consideração que quando está quente parece sempre mais doce do que em frio, pelo que se, nessa altura, estiver pouco doce deve-se acrescentar mais geleia.
Quando começar a engrossar, desligar o lume e deixar arrefecer.
Cortar a base de bolo ao meio e barrar a metade de baixo com o creme. Polvilhar com amêndoa picada se se quiser, cobrir com a metade de cima e barrar o resto do bolo com o creme, polvilhando igualmente com a amêndoa ralada se se quiser.

O segundo dos desafios era uma "prenda amigo mistério" feita por cada um e embrulhada em vermelho. E porquê o vermelho? Desde logo, porque é a cor do Sol que há-de vir para fazer esquecer este longo Inverno; além disso, os chineses acham que o vermelho traz sorte e dinheiro e, neste momento, mais do que nunca, eu quero acreditar em todas as superstições relacionadas com riqueza e prosperidade...
E o vermelho foi a cor dominante deste Jantar...






 

 
Na "mouche"...
  

 

2 comentários:

  1. Imaginativo, participativo, saboroso, variado e, sobretudo, oportuno, porque há muito mais mundo para além da crise!

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  2. Obrigada Caro Anónimo! Há sempre muito mais mundo para além da crise e, como dizia Saint-Exupéry, o essencial é invisível aos olhos (estou a citar de cor mas acho que é assim...)

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