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domingo, 17 de novembro de 2013

A LESTE DA LUA E A OESTE DO SOL - O OUTONO (O BALANÇO)

O Outono, com a sua luz suave e terna, é a mais doce das estações, aquela que nos traz promessas de recomeços há muito desejados (e adiados…), em que cada dia é mais curo e cada noite mais longa, num prenúncio do Inverno que já se está a forjar e chegará inexoravelmente no dia do Solstício – 21 de Dezembro, mais dia ou menos dia.
É a estação que começa com a celebração das colheitas – a Feira de S. Miguel, tão festejada nas zonas agrícolas -, expoente máximo do ano agrícola que sempre se quis rico e farto, para alimentar o longo Inverno que haveria de chegar.
É a estação de retorno – do ano escolar, da “saison” cultural, conhecida como Fall no mundo anglo-saxónico…
No mundo laboral é, cada vez mais e infelizmente, a estação de cumprir os objectivos de doze meses – dos nove que estão para trás e dos três que faltam para cumprir o ano - e que, por isso, nos rouba as nossas agendas que passam a ser as dos outros.
O meu início do Outono de 2013 foi marcado por todas estas transições e desafios – excepto o das colheitas, de que apenas dou conta pela alteração de colorido nas praças que costumo frequentar aos fins-de-semana… - e outras, muito pessoais e extremamente desafiantes, tão desafiantes que depois do Outono-Inverno de 2013 nada voltará a ser como dantes. E não, não foi só a falta de gás em casa, que me obrigou a fugir para outras casas aos fins-de-semana, onde muitas destas receitas foram preparadas e cozinhadas.
Exemplo disso é este balanço estar a ser escrito no Inverno de 2015, o que tem a enorme vantagem de me permitir fazer uma reflexão fria e desapaixonada.


Vista a quinze meses de distância, a edição de Outono do meu restaurante de sonho – A Leste da Lua e a Oeste do Sol – foi muito bem conseguida, pelas receitas variadas, muito outonais e recorrendo a ingredientes da estação, mas sobretudo pela recolha de receituário tradicional que adaptei – senão à macrobiótica pelo menos a métodos culinários mais saudáveis. Parte dessa recolha prendeu-se com dois desafios que abracei, lançados pelo blogue [Limited Edition] – o desafio de memórias e o de cozinhar com ervas aromáticas e cheiros.

Relidas todas as receitas, confesso que fico rendida à sopa de piso, às cavalas no forno, ao arroz de carqueja, ao arroz de castanhas com petingas no forno, receitas que me tomaram muito tempo de estudo, análise e confecção e que, infelizmente, não bisei até à data, tanto que quase delas não me lembrava.


Olhando para trás, sinto que a Edição de Outono foi muito mais conseguida do que a de Verão e sinto-me infinitamente feliz e orgulhosa pelo tempo, dedicação e trabalho que nela investi.


E, por fim mas não menos importante, todas e cada uma das receitas foram cozinhadas por mim, as fotografias - com mais ou menios qualidade - correspondem ao produto final cozinhado e apresentado na mesa. 

Talvez isto me motive a iniciar uma Edição de Primavera...

Ficam algumas fotos de refeições que não chegaram ao blogue.

22/2/2015










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