Este mês de Julho começou mal, na política e na meteorologia: a vaga de calor tirou-me a vontade, a força e a energia necessárias para investigar, testar e apenas publicar aquilo que fosse realmente novo. A crise política deixou-me em choque, que agora assumo pós-traumático.
Por outro lado, como a minha vida não é isto, e tive que a manter ao nível habitual, começando pela área profissional, não houve espaço para essa inovação, que era um dos objectivos deste desafio a que me tinha proposto e que, nesta medida, falhei.
Não falhei o principal objectivo - procurar receitas frescas e apropriadas para o estio, económicas em tempo e em $$$. Do total, cerca de 2/3 das receitas são totalmente vegetarianas. Não abundam as sobremesas, que é coisa que cá na casa se come pouco, e isto porque normalmente não há espaço para doces a seguir às nossas refeições que, sem serem copiosas, nos deixam sempre muito bem "aviados". Aliás a fruta come-se quase sempre no intervalo das refeições e ao pequeno almoço. Por isso o mês foi parco em doçaria, abstinência que vem de longe, dos tempos em que lutava contra a balança e percebi que se emagrecer é fácil, difícil é manter o peso...
Fica-me a grata satisfação das idas à praça ao sábado de manhã (a bem dizer, de madrugada...), em que, inebriada pelas cores e sabores de Verão, me apetecia comprar tudo (e em que comprei sempre de mais): era o manjericão a encabeçar a lista dos meus favoritos, os vermelhos vibrantes, os laranjas, os verdes em todos os seus matizes, os molhos de rabanetes e de beterrabas, alhos e cebolas em rama, muita fruta fresca e sumarenta, um sem fim de tentações tão mais saborosas e baratas do que nos supermercados...
Fica igualmente o preenchimento saudável dos fins de tarde: enquanto os noticiários enchiam a sala das desgraças da politiquice caseira, na cozinha ouviam-se os meus cantores favoritos para além do frigir das panelas. No início, citando FNV, assumi este desafio também como terapia anti-crise, estando longe de saber o que aí vinha. Este objectivo sinto-o plenamente cumprido - e talvez tenha sido o mais conseguido.
Agora, vou descansar.
Para já, esperam-me as emoções do início do campeonato, passada que está a pré-época; quero ver o que vai ser de Jesus, rir-me com as anedotas do costume e torcer por FCP, Mou, Villas-Boas e por todos os portugueses que, em Gaiolas Douradas ou em Cacilheiros, vão dando bom nome a Portugal.
Depois, férias.
Voltarei em Outubro, espero que com a Edição de Outono deste meu Restaurante de sonho, sob o signo das vindimas...
Até lá, ficam fotografias de refeições não editadas, algumas cozinhadas por mim outras pela cara metade, que muito me ajudou a cumprir os objectivos, nos dias em que, por imperativos profissionais, chegava a casa a desoras...
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