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domingo, 27 de novembro de 2011

COZINHA DE INVERNO - 3

EMPADÃO DE MILLET COM TOFU E CHUCRUTE, SALADA MISTA COM MOLHO BRANCO







Prato de Inverno aprendido no fim de semana passado com o chef Marco Fonseca, segundo receita original da Geninha Varatojo.
É trabalhoso e demorou cerca de 1h20 a preparar e cozinhar, incluindo 30 minutos de forno.


EMPADÃO
Ingredientes
1 chávena de millet bem lavado
3 chávenas de água
1 chávena de leite de soja
250gr de tofu partido em quatro fatias, marinado em shoyu
abóbora cortada em juliana
uma cebola cortada em meias luas
2 dentes de alho
1/2 couve flor
pitada de sal
pitada de moz moscada
fio de azeite
chucrute
maionese

Preparação
Colocar o millet numa panela com um fio de azeite, saltear ligeiramente, juntar a água e a couve flor cortada em pedaços pequenos. Quando ferver, juntar o leite de soja, temperar com o sal e a noz moscada, tapar. Deixar cozer até os líquidos secarem por completo. Triturar com a varinha mágica.

Entretanto, colocar as fatias de tofu a marinar com o shoyu e confeccionar a maionese da seguinte forma:
Num recipiente alto, juntar 100ml de leite com 150ml de azeite (no original seria óleo de girassol ou de graínha de uva; aqueci ligeiramente o azeite com uma côdea de pão embebida em vinagre para extrair o sabor), 1 pitada de sal, 1/2 dente de alho, sumo de 1/2 limão, 1 colher de chá de mostarda, triturar com a varinha mágica até ficar firme (cerca de 2 minutos).

Num recipiente de ir ao forno colocar metade do puré de millet, as meias luas de cebola, a abóbora, o chucrute e, por fim, as fatias de tofu marinado. Cobrir com a outra metade de puré e, por fim, com a maionese.
Vai ao forno quente cerca de 30/40 minutos.

Notas
1. Optei pela versão menos trabalhosa (vegetais crus), a mais complicada envolvida estufar previamente os vegetais. Ganhou um pouco de líquido e os 30 minutos não foram suficientes para que a cebola ficasse completamente tenra.
2. Vou experimentar de novo, desta vez com nabiças cozidas, picadas e salteadas em esparregado grosso, em vez do chucrute.
3. Segundo o Marco, a maionese pode ganhar ou perder firmeza consoante a proporção de leite de soja e óleo: se se quiser mais consistente, junta-se 100ml de leite de soja com 200ml de óleo; para uma consistência mais líquida poderá ser 100ml de leite de soja e 100ml de óleo.

Servir com salada mista temperada com um molho feito com nabo ralado, uma colher de chá de tahini, pitada de sal e colher de sobremesa de vinagre de ameixa, triturado com a varinha para ganhar uma consistência homogénea.

COZINHAR A QUATRO MÃOS



Jantar em casa de M&J.

A entrada foi cozinhada a quatro mãos - a quinoa preparei-a eu, como habitualmente (muito bem lavada e esfregada, ligeiramente salteada num fio de azeite e sal, depois cozida em 2,5 medidas de água, até secar a água).
Os vegetais salteados - cogumelos, tomate cherry, alhos e espargos - foram cozinhados por M.
No fim, fez-se a "assemblagem" como a fotografia documenta.

Das heresias do resto do jantar apenas refiro o "bacalhau escondido", simplesmente divino... E o vinho tinto, Palmela reserva, porque, afinal, também há outros bons tintos sem ser no Douro...


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domingo, 20 de novembro de 2011

COZINHA DE INVERNO - 2

CREPE DE TRIGO SARRACENO COM MOUSSE DE AMÊNDOA


Com a devia vénia ao chef Marco Fonseca, aqui fica o meu testemunho pessoal da deliciosa sobremesa ontem servida no workshop - com algumas adaptações, comme d'habitude, sendo a primeira adaptação a utilização de pasta de amêndoa em vez de pasta sésamo (tahini).



MOUSSE
Ingredientes
100ml de água
800ml de leite de arroz
3 colheres de sopa de amêndoa
3 ou 4 colheres de sopa de geleia de arroz
3 colheres de sopa rasas de flocos de agar-agar
raspa de limão
1 pitada de sal
amêndoas laminadas (inovação minha)
Na receita original havia a opção de adicionar xarope de maçã; como não tinha, o problema ficou logo resolvido...

Preparação
Colocar os flocos de agar-agar com a água num tacho, deixar repousar um pouco e juntar o leite de arroz, a geleia de arroz e a pasta de amêndoa, o sal, levar ao lume, mexendo sempre com varas de bater claras. O preparado fica pronto quando, após levantar fervura, o líquido subir.
Antes de ferver deverá provar-se para verificar o doce. Seguindo o conselho ontem
recebido, se em quente parece que está bom de doce deve adicionar-se mais doce porque depois, quando arrefecer, o sabor já não será tão activo.
Deixar arrefecer. A mousse vai ficar completamente sólida, devendo então triturar-se com a varinha mágica.
Juntar então a raspa de limão e as amêndoas laminadas.
Reservar.

MASSA
Ingredientes
1 chávena de chá de farinha de trigo-sarraceno
1 chávena de chá de farinha de espelta
1 colher de sopa de fermento bio instantâneo
1 colher de sopa de azeite (óleo de sésamo no original)
1 colher de sopa de geleia de arroz ou concentrado de maçã (dá-se por reproduzido o comentário anterior)
leite de arroz q.b.
1 pitada de sal
amêndoa laminada (inovação minha)

Preparação
Misturar as farinhas com o fermento e o sal, adicionar o azeite, a geleia de arroz e o leite de arroz necessário para formar um creme denso. Acrescentar umas amêndoas laminadas.
Aquecer bem uma frigideira anti-aderente e untá-la, retirando o exesso de gordura com papel de cozinha. Deitar um pouco de creme no fundo da frigideira quando tiver um aspecto de estar já consistente e uniforme (cerca de 2 minutos) virar e deixar dourar cerca de 1 minuto.
No caso concreto, na primeira tentativa caiu demasiado creme e o resultado foi um destroço.
O segundo e terceiro ficaram assim assim de aspecto mas bons de sabor...

Finalização
Colocar uma colher de mousse no centro do crepe, enrolar.
Servir acompanhado de um quarto de diospiro bem maduro e meia rodela de ananás.

COZINHA DE INVERNO - 1

Ainda falta mais de um mês para o Solstício de Inverno que nos trará o início do Inverno mas caminhamos para ele alegremente!
A minha alegria prende-se com o facto de o início do Inverno marcar o início do crescimento dos dias.
Há que preparar, pois, a chegada da estação fria, com pratos mais energéticos.
Frequentei ontem um workshop sobre Cozinha de Inverno, no Instituto Macrobiótico, dado pelo chef Marco Fonseca.

Hoje já comecei a aplicar os conhecimentos.

FEIJOADA DE AZUKI COM KIMPIRA DE VEGETAIS DOCES
O almoço foi uma feijoada de azuki (previamente demolhado 8 horas com alga kombu com a qual foi igualmente cozido), com kimpira de vegetais (cenoura, abóbora, cebola, com sementes de sésamo preto), arroz cozido com cevadinha na pressão (em duas sessões de cozedura o que teve como consequência que a consistência final do cereal ficasse muito semelhante ao arroz glutinoso), coroada com chucrute e acompanhada de uma salada fresca e pickle de gengibre.

sábado, 19 de novembro de 2011

COZINHA INDONÉSIA - 3

ALMÔNDEGAS DE GRÃO COM CÔCO



Ingredientes
1 chávena de grão
6 colheres de sopa de côco ralado "light"
1 colher de chá de sementes de cominhos
1 colher de sobremesa de coentros picados
1 cabeça de alho esmagada
farinha
sal, mirin, vinagre de arroz, vinagre de ameixa, molho de soja

Preparação
Demolhar o grão em água abundante com pitada de sal e alga kombu cerca de 8 horas, cozer na pressão (em água fresca). Triturar o grão na 1,2,3.
Dissolver o côco em água a ferver mas mantendo uma consistência sólida.
Aquecer o alho, os cominhos e os coentros no wok sem qualquer gordura.
Misturar a pasta de grão com o côco, os cominhos, os coentros e o alho.
Temperar com os vinagres e o shoyu até atingir o sabor desejado.

Formar bolas com a pasta de grão, passar por farinha integral e levar ao wok bem aquecido e virar de todos os lados de modo a ganhar uma pequena crosta.

Acompanha arroz branco biológico cozido em chá preto e verde aromatizado com jasmim e baunilha, cenoura e cebola raladas e misto de couves (coração, acelga e nabiça) salteadas em alho, azeite, pitada de sal, com cebolinho e alga wakamé demolhada e cortada em tiras, temperadas no fim com vinagre de arroz e golpe de shoyu.

Notas
(1) A receita original das almôndegas era com carne de vaca que no fim se fritavam em óleo. Depois de imaginar o que poderia substituir a carne decidi por uma leguminosa. E, tendo em conta a minha alergia e falta de jeito para com os fritos, optei pela "tostagem" sem gordura. Ficou muito bom. Ainda melhor foi ter ficado com três doses extra de almôndegas, já devidamente congeladas, para futuras refeições...
(2) A receita de couve foi inspirada no workshop "Cozinha de Inverno" hoje frequentado no Instituto Macrobiótico e ministrado pelo chef Marco Fonseca. Aqui, só tinha couve coração. Em casa, como apenas tinha 2 ou 3 folhas de couve, juntei as acelgas e as nabiças.
(3) Em vez de comprar o arroz aromatizado, abri uma embalagem ainda intacta de chá aromatizado com vários ingredientes, fiz um chá que utilizei depois como água de cozer o arroz, o qual assim ganhou um toque exótico muito interessante.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

COZINHA INDONÉSIA - 2

SEITAN SALTEADO COM ANANÁS
SALADA DE MAÇÃ E CENOURA

Notas:
A receita original era preparada com frango e não seitan. Quanto ao resto, mantive inalterados quer os ingredientes quer o modo de preparação.
Este prato demorou exactamente 45 minutos a ser preparado e confeccionado (incluindo, portanto, a escolha e corte de todos os ingredientes)







Ingredientes
125gr de seitan cortado em cubos grandes
um pouco de farinha
1/2 ananás
1 cebola
gengibre descascado em palitos
3 ou 4 dentes de alho laminados
cebolinho picado
2 colheres de sopa de molho de soja
1 pitada de sal
1 fio de azeite

Preparação
Envolver os cubos de seitan em farinha e salteá-los num wok em azeite com sal. Uma vez bem alourados, reservá-los, mantendo-os aquecidos (para este efeito, coloquei-os sobre papel vegetal no cesto de cozer a vapor em cima dum tacho com água a ferver e acho que foi isto que lhes conferiu uma suavidade até agora inédita - para mim - no seitan e de que fiquei absolutamente fâ!).
No mesmo wok, levar os alhos laminados, a cebola em cubos pequenos e os palitos de gengibre a alourar; quando a cebola estiver transparente, juntar o ananás, envolvendo bem. Saltear uns cinco minutos, incorporar o seitan, temperar com o molho de soja e polvilhar com o cebolinho picado.

Salada de maçâ com cenoura
Raspar uma cenoura e uma maçâ descascada, misturar bem ambos os ingredientes, temperar com um pouco de mirin (no original era limão mas temi que fosse demasiado ácido) aromatizado com pimenta moída na ocasião e uma pitada de noz moscada.

Estava muito bom (modéstia à parte, claro) e ganharia em ser acompanhado por um arroz basmati ou aromatizado com jasmim ou bergamota.
Definitivamente, irei repetir, até porque ainda tenho meio ananás no frigorífico (do nosso, genuíno, dos Açores).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

COZINHA DE OUTONO - 8

CRUMBLE



Receita aprendida com a Profª Natália Rodrigues, no Curso de Culinária Semanal - Iniciados (2010) - e com as adaptações costumeiras.
Entre parênteses e em itálico segue a versão original.

Ingredientes
4 maçãs reinetas com casca, descaroçadas, bem lavadas, cortadas em quartos e mergulhadas em água com sal enquanto esperam (1 kg de maçãs)
Duas ou três colheres de sopa (duas tigelas) de flocos de aveia finos
Um colher de sopa de farinha integral (1/2 tigela de farinha branca)
Duas ou três colheres de sopa (uma tigela) de geleia de arroz
Uma colher de sopa de pasta de amêndoa (1/2 tigela de óleo de graínha de uva)
Raspa de laranja (limão)
(100gr de sultanas; 100gr de nozes; 6 pedaços de ananás)

Preparação
Colocar as maçãs e demais ingredientes na máquina do pão, seleccionar o programa de compota.
Uma vez terminado o programa, retirar e colocar no recipiente de servir.
No caso em apreço e dada a novidade do processo de confecção (de que resultou alguma falta de gordura e, consequentemente, suavidade) achei por bem fazer um molho com kuzu dissolvido em leite de arroz (mais do que as sete medidas de leite para cada medida de kuzu para não solidificar), levar ao lume até começar a gelificar, retirar e acrescentar a raspa grossa da laranja.

(Colocar as maçãs num tabuleiro e juntar os demais ingredientes previamente misturados, começando pela farinha e pela gordura).
Levar ao forno cerca de 30 minutos. Servir com canela em pó.
)

Ainda outra versão:
Colocar as maçãs fatiadas, temperadas com pitada de sal, em camadas com os flocos e um pouco de farinha, polvilhando cada camada com canela em pó e raspa de limão ou laranja.
Vai ao forno cerca de 30 minutos. Pode servir-se com bola de gelado ou uma fruta ácida como o diospiro.

domingo, 13 de novembro de 2011

COZINHA DE OUTONO - 7




LINGUINE INTEGRAL COM KIMPIRA DE CENOURA E ALGA ARAMÉ SALTEADA COM CEBOLA

Ingredientes
Massa cozida em água abundante com sal
Kimpira de cenoura (preparada com as cenouras cortadas em palitos finos, salteadas, em tacho tapado para as cenouras "suarem", em azeite e sal, durante 10/15 minutos, temperadas no fim com uns borrifos de molho de soja, raspa de laranja e sementes de sésamo preto - que, na foto, parecem formigas)
Aramé salteada com cebola (colocar a cebola cortada em meias luas a estufar com um fio de azeite e sal, quando estiver transparente juntar a alga demolhada 5 a 10 minutos, e a água de a demolhar, deixar estufar cerca de 20 minutos, no fim temperar com umas gotas de molho de soja)

Apresentação
Num prato fundo envolver a massa com a kimpira e a alga estufada. Pode polvilhar-se com cebolinho ou majericão a gosto. No caso, acrescentei algumas alcaparras (as tais azeitonas cortadas ao meio e que têm estado a estagiar com azeite, alho e orégãos...).

Prato muito saboroso e reconfortante.

COZINHA INDONÉSIA -1




Here we go again, folks!
Parada não consigo ficar, por isso resolvi começar a explorar este livro comprado em preço de super saldo (4,5€...)

Eis a primeira experiência, com as adaptações que a gerência desta casa costuma fazer (e assinalar).



GADO GADO DE VEGETAIS COZINHADOS

Gado gado é um prato de vegetais coberto com - abundante - molho de amendoins, molho este que acompanha muitos pratos indonésios.
Entre parênteses aparecem os ingredientes e forma de preparação da receita original. No que se refere ao molho optei por uma versão ultra-leve por recear as consequências de tanta gordura e picante...

Ingredientes
1,5 batata doce cortada em quadrados e cozida (250gr de batata cozida)
1 pouco de couve coração, 2 cenouras cortadas em palitos, 2 fatias de abóbora cortada em quadrados (450gr de mistura de couve, espinafres e rebentos de soja em igual quantidade e cortados em pedaços pequenos)
1/4 de courgette cortada em cubos (1/2 pepino em triângulos polvilhado com sal durante 15 minutos)
115gr de tofu cortado em cubos
azeite
Folhas de aipo fresco e amêndoa laminada para guarnecer
(óleo, 2 ou 3 ovos cozidos, fritos de camarão, sumo de limão, rodelas de cebola frita para guarnecer)

Preparação
Cozer a batata doce em água com sal.
Escaldar os vegetais cortados e separadamente em água a ferver, retirar da água fervente e passar por água fria corrente.
Num wok, saltear o tofu até ficar dourado, retirar e colocar em papel absorvente.
Saltear os vegetais escaldados rapidamente no wok, juntar o tofu e envolver bem todos os ingredientes.
Colocar no prato de servir, decorar com as folhas de aipo e polvilhar com amêndoas laminadas e
(Dispor os vegetais escaldados sem os saltear no prato de servir com os ovos, tofu e pepino. Regar com sumo de limão e decorar com a cebola frita em rodelas. Servir com os fritos de camarão - tipo paparis - à parte )
temperar com molho de amendoim que se prepara com os seguintes
Ingredientes
1 colher de chá (350gr) de manteiga de amendoim
1 golpe (uma colher de sopa) de molho de soja
pimenta, piri piri, noz moscada (2 malaguetas sem sementes, 1 colher de chá de polpa de tamarindo demolhada, amendoins grosseiramente picados)
1 chávena de leite de soja (3dl de leite de côco)
e misturando todos os ingredientes até formarem um molho homogéneo (levando ao lume o leite de côco com a manteiga, as malaguetas, até formar um molho homogéneo que se deixa cozinhar em,lume brando até espessar, juntando por fim o molho de soja e o líquido de tamarindo e polvilhando com os amendoins picados).

Acompanhou um arroz branco cozido decorado com sultanas.




E AGORA ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE (6)

Bons livros para ler enroscado no sofá nestas tardes de Outono!

Histórias de infâncias (tristes)







Boas séries para ver na TV

De 1912 a 2011, mudou muita coisa no mundo mas o essencial - a natureza humana - não mudou nada... Outras casas, outras roupas, outros comportamentos, a mesma ganância por dinheiro, status, aparências, poder...


Downton Abbey


The Good Wife

COZINHA DE OUTONO - 6

SOPAS

Há muuuuuitos anos, quando circulavam na casa paterna as Selecções do Reader's Digest, versão brasileira, li um pequeno artigo intitulado "Banana, menina, não engorda e tem vitamina..."
O mesmo se pode dizer das sopas - verificados, claro, determinados requisitos - as quais, além de não engordarem, ainda podem ajudar a emagrecer!
Como? Se não tiverem batata, carnes, gorduras animais. As sopas no início das refeições fazem uma "cama" no estômago que vai ajudar a acelerar o sentimento de saciedade assim evitando que se coma mais do que a conta.
Havia no Porto um nutricionista famoso que mandava comer sopa de feijão ao pequeno almoço...
Confesso que, por via das sopas "sólidas" (aquelas que tinham tanto "entulho" que a colher se sustentava de pé...) cheiínhas de coisas horrorosas como couves tronchudas aos bocados, bróculos, feijões, que faziam as delícias gastronómicas do pater familias, durante anos, qual Mafaldinha, o-d-i-e-i sopa e ainda hoje não consigo comer sopa de legumes com algo sólido que não sejam umas rodelas de alho francês ou lascas de feijão verde.
Mas como aprendi a adorar os bróculos que antes odiava, também já tive tempo de fazer as pazes com a sopa.

As sopas macrobióticas são óptimas e já aqui publiquei algumas receitas. Têm apenas alguns pequenos problemas para a vida moderna, em que a cozinheira costuma ser também a ajudante, a criada de fora e de dentro, o criado de libré, mordomo e, por fim, "Her Ladyship", na dupla versão da dona de casa e da mulher de carreira (não consigo evitar a "blague", deve ser a influência de Downton Abbey): muita mão de obra, muito tempo, e poucas vezes se podem aproveitar para uma segunda refeição.

Assim, voltei às boas sopas de vegetais, que demoram 10 minutos a preparar, uma hora no máximo a cozinhar na pressão - durante a qual se fazem imensas coisas - 5 minutos a triturar com a varinha mágica.
Faço sempre uma dose generosa, congelo metade, e vou intervalando com outra sopa, assim variando as sopas ao longo da semana.
A forma mais fácil é colocar água na panela de pressão, juntar 2 ou 3 cebolas cortadas em quartos, e depois dois ou três vegetais a gosto - abóbora, cenoura, courgette, couve coração, bróculos, uma beterraba.
Nestes dias pré-invernosos já começa a saber bem uma sopa mais grossa e, nessas alturas, um punhado de feijão, grão ou lentilhas já cozidas, acrescentam proteína à sopa que fica mais substancial.
Só as tempero na mesa - sal com ervas moído na ocasião e umas gotas de azeite.
Deliciosas!

Ficam algumas fotos.

Com lentilhas


Com beterraba


Com feijão de soja preto
Abóbora, cenoura, couve

domingo, 6 de novembro de 2011

PROPRIEDADES E USOS DO VINAGRE

O vinagre - do latim vinum+acre - resultava originariamente da fermentação ácida do vinho. Actualmente, a maior parte dos vinagres comercializada corresponde a sínteses químicas (o chamado ácido acético). Talvez por isso se tenha tornado moda o consumo de vinagre de cidra.
Habitualmente, o consumo de vinagre limita-se ao tempero de saladas e, no caso de vinagre de vinho tinto, ao tempero ocasional de carnes.

Para além desses usos tradicionais, o vinagre é um poderoso anti-séptico e estabilizador de cores.

Nos tempos da peste, os médicos recomendavam uma desinfecção geral do corpo com vinagre, como forma de evitar contágio; sabendo-se hoje que o contágio resulta da picada de pulgas infectadas por ratos, é fácil perceber que um corpo que tresande a Vinagre Cristal - que não é exactamente o mesmo que o Cristalle da Casa Chanel - é muito pouco apetecível às mordidelas da piolheira...

É igualmente consabido o seu uso na última água de lavar saladas, couves, morangos, para matar eventuais parasitas (confesso que nos morangos uso mesmo umas gotas de lixívia). Uso-o habitualmente para lavar a fruta, que gosto de comer com casca, para ajudar a remover os químicos que possam ter.

Outros usos menos comuns
Cabelos: enxaguar os cabelos num copo de água com vinagre diluído após a lavagem, ajuda a retirar restos de detergente e todos os produtos anteriormente usados e, bem assim, no caso de cabelos pintados, a segurar a cor, o que se revela particularmente importante para utilizadores de piscinas, que sabem como umas belas madeixas douradas se podem tornar num horroroso amarelo palha...

Roupa colorida que pode manchar: convém mergulhá-la em água fria com vinagre antes de lavar pela primeira vez (conselho dado nas instruções de manutenção das sedas tailandesas, por isso, não estraga tecidos delicados).
Graças ao conselho de uma amiga, passei a usar vinagre regularmente na lavagem de toda a roupa na máquina, em conjunto com o detergente e também no recipiente do amaciador; no último enxaguamento, ajuda a retirar restos de detergente; tratando-se de roupa de cor, coloco ainda uma tira de feltro própria para segurar cores dentro do tambor da máquina e nunca mais houve acidentes...
Funciona muito bem para não deixar amarelecer ou acinzentar a roupa branca (sobretudo quando lavada em baixas temperaturas).

Nota de rodapé: o vinagre era muito usado antigamente pelas senhoras que queriam emagrecer e que assim o bebiam em jejum...
Não sei se dava resultado, mas os pobres fígados das senhoras não deviam ficar em muito bom estado e a dieta que tinham que fazer para mimar o fígado devia ajudar a cumprir o objectivo...

E AGORA ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE (5)

POUPAR

As épocas de crise representam oportunidades de nos reinventarmos e olharmos a nossa vida e hábitos de ângulos e perspectivas diferentes.
Menos é mais - poupar não é só gastar menos dinheiro - é poupar recursos, consumir menos, gastar menos tempo a arrumar, a limpar e a deitar fora o que se comprou só porque sim, o que nos permite ter mais tempo disponível para descansar, fazer coisas importantes, trabalhar.
Um casa "clean" e minimalista limpa-se e mantém-se melhor, logo poupa-se no tempo da limpeza e no custo, se esse serviço for feito por terceiros.
Aqui confesso os meus sentimentos contraditórios porque se adoro o minimalismo japonés e a depuração das linhas art-déco, também adoro o estilo country britânico e a riqueza da art nouveau; do que não gosto mesmo é do barroco na decoração - só na música.
E, por falar em Inglaterra, há uns anos quando lá estive pela última vez, estava florescente o negócio dos consultores ... de lixo. Estas pessoas ganhavam qualquer coisa como 60£ à hora (o equivalente a 75€ ou, actualmente, com a correcção provocada pelo aumento dos preços após a entrada no euro, 150€) para ajudarem as pessoas a desfazerem-se do lixo que tinham acumulado ao longo de semanas, anos, décadas... Fiquei estupefacta perante a sociedade de consumo no seu melhor: primeiro instiga-se a compra desenfreada de tudo e mais alguma coisa como se o mundo fosse acabar, depois há uns consultores que nos ajudam a deitar fora aquilo que nos custou (muito) dinheiro...
Como no ditado que diz que asseado não é quem muito limpa mas quem pouco suja, poupado não é quem compra muito por um preço muito barato mas sim quem gasta o que tem que gastar ao melhor preço possível.

Alguns conselhos práticos, sem pretensões de cientista, de quem tem a certeza absoluta que são as pequenas coisas e os pequenos gestos que fazem a diferença.
1. Reduzir as doses dos detergentes das máquinas para 3/4 ou mesmo 1/2 do aconselhado; poupa no detergente, nos tecidos e, em maníacos como eu que não podem ver uma bolha de espuma na última volta da máquina sem fazerem 10 enxaguagens adicionais, na água extra para tirar os restos de detergente.
2. Cozinhar sempre mais do que uma dose - gasta-se o mesmo tempo e energia e fica-se com refeições extra que podem ser rapidamente preparadas com um simples aquecimento em banho maria. Nas sopas, cozinhar uma panela grande permite congelar uma porção que se pode comer dias depois intervalando com outra sopa entretanto cozinhada (para não passar uma semana a comer a mesma sopa).
3. Aquecimento: reduzir ao mínimo as necessidades de aquecimento em casa passa por ter muita actividade (cozinhar, limpar, lavar - nem imaginam as calorias que libertam!) ter um bom polar, meias quentinhas e uma mantinha para nos taparmos enquanto lemos ou vemos um filme; além disso, também justifica que nos enrosquemos aos nossos amores, proporcionando momentos extra de "skin to skin bond", algo que as mães sabem bem o que é... Na cama, um edredão de grossura adequada à época do ano ajuda a dispensar aquecimento no quarto.
4. Diversão
O cinema tem dias de desconto e quase todas as cadeias fazem descontos de "compre dois pague um"; mesmo que isso implique ter que conviver com as pipocas gordurosas do vizinho do lado, compensa imenso; os canais por cabo disponibilizam aluger de filmes por 24horas; por 3,5€ uma família inteira pode ver um filme que não seja daqueles obrigatórios para ver em grande écran.
Os museus (por enquanto) ainda são grátis aos Domingos de manhã (até às 14h). Sabem quem lá vejo? Estrangeiros... (excepto Serralves e Gulbenkian).
A Gulbenkian é grátis todo o Domingo.
Há imensos espectáculos em igrejas, foyers de teatros, museus que são de entrada livre (p. ex., na Gulbenkian, todos os primeiros Domingos do mês, às 12h, junto à Biblioteca do Museu principal, há um concerto).
A entrada nas Igrejas é livre, vêm-se verdadeiras obras de arte e respira-se tranquilidade que induz a calma, a meditação e a reflexão.
Tudo mas tudo mesmo é melhor do que um passeio deprimente num Centro Comercial que nos deixa histéricos, angustiados, para além de poder proporcionar momentos de consumismo irracional - parques, jardins, um passeio junto ao mar, para quem viver no litoral, ou, simplesmente, ficar em casa a "curtir" um bom livro, com uma boa chávena de chá, ou ver um bom filme...
5. Compras básicas
Já foi dito tudo: lista de compras, fora de horas e com a barriga cheia (depois de jantar, p. ex). Marcas brancas.
Para gerir melhor o tempo, comprar os secos para um mês ou mesmo dois (drogarias, mercearias). Comprar semanalmente os "molhados" (vegetais, frutas, peixe). No caso de tofus, seitans, iogurtes, as compras podem ser quinzenais.
Comprar vegetais biológicos compensa imenso - duram, duram, duram, e aproveitam-se todos, além de que sabem muito melhor!
Comprar local (nas praças) permite comprar português e de produtores próximos, o que significa menos energia consumida para transportar os produtos.
6. Não básico
Estabelecer uma moratória de 15 ou 30 dias; se ao fim desse tempo ainda se lembrar, estabelecer nova moratória; se entretanto se tiver esquecido,o mais certo é que não precisava daquilo para nada.
7. Comunicações
Quase todas as chamadas efectuadas de rede fixas para redes fixas são grátis. É analisar os relatórios de contas das empresas de comunicações móveis e fazer as nossas contas...
8. Presentes
Sem ser para pessoas ou ocasiões especiais, gastamos demais. Substituímos o convívio por bens materiais. Os presentes mais importantes são aqueles em que pomos algo de nós. É deixar a imaginação trabalhar. Já aqui dei exemplos (sacos de alfazema, compotas). No próximo natal vou oferecer "VALES": VALE um jantar macrobiótico; VALE um exercício de outdoor em conjunto no Parque X; etc! Quem quiser e puder oferecer presentes de compra, porque não investir em vouchers de massagens, bilhetes de teatro, bailado, concertos?...
9. Livros
Para quem cresceu rodeado de livros e sempre viu livros a entrar em casa mesmo nas alturas de crise (sim, porque antes desta, já vivi várias), este é um assunto tabu. Mas tenho conseguido disciplinar-me. As sugestões vão da utilização de serviços de biblioteca que emprestam livros, ao empréstimo informal entre amigos (com devolução garantida para não ficar sem os amigos...), ao sistema "pass down" ou passagem de testemunho para livros que se devoram uma vez mas à segunda já não se engolem - como o Dan Brown ou a Joanne Harris. A trilogia do Millenium que li nas férias foi emprestada. O Rentes de Carvalho, descoberto este ano e muito querido cá na casa, é partilhado por toda a família.
Estabelecer moratórias nas novas aquisições. Eu, por exemplo, devo ter cem anos de moratórias, à conta dos livros que ainda tenho por ler... Mas, como referi, os livros são assunto tabu e aqui só posso dar maus exemplos...
10. Desporto
Os ginásios podem ou não ser a melhor opção mas custam sempre dinheiro; serão ou não caros de acordo com a frequência que deles se fizer.
Mas desporto não é sinónimo de ginásio.
Caminhar todos os dias meia hora (mínimo) em passo rápido é um bom desporto. Se se puder aliar à caminhada um pequeno circuito de manutenção com estações de exercícios localizados, melhor.
Correr é bom e produz endorfinas que geram um bem estar fantástico, mas cuidado com as articulações em particular com a coluna. Deve sempre consultar-se o médico ou fisioterapeuta e, em qualquer caso, começar por caminhadas rápidas até se chegar à corrida.
E porque não fazer as contas e juntar uns amigos para contratar um coacher à hora para uma boa sessão semanal de bootcamp com alongamentos no final?!
Por último, e como já referi, todas as tarefas domésticas fazem dispender imensa energia. Li algures que um dos problemas da obesidade actual tem a ver com o facto de termos substituído quase todo o trabalho manual por máquinas, continuando a alimentar-nos como se fossemos lenhadores ou camponeses do tempo do arado...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E AGORA ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE (4)



DE NOVO A FORMIGUINHA

Doce de abóbora com laranja

Ingredientes
2 quilos de abóbora limpa e cortada em fatias
1,6 quilos de açúcar
sumo e raspa de 3 laranjas
2 paus de canela

Preparação
Na véspera, à noite, colocar a abóbora, o açúcar, o sumo e raspa das laranjas e os paus de canela num tacho e tapá-lo.

De manhã, o preparado largou imenso líquido.
Mexer os ingredientes e levar o tacho ao lume até o líquido se ter transformado num açúcar em ponto de pérola e a abóbora ficar em fios.
Retirar os paus de canela e guardar em frascos quentes que se tapam de imediato e se viram do avesso para criar vácuo.

COZINHA DE OUTONO - 5

ARROZ DOCE



Receita inspirada na publicada no sítio Internet do Instituto Macrobiótico Português mas preparada com maior tempo de cozedura, tal e qual me ensinou uma amiga há já uns anos.

Ingredientes
150 gr de arroz branco biológico
1 litro de leite de aveia
1/2 litro de água
1 chávena de mel de arroz
casca de limão
pau de canela
pitada de sal
açafrão (que, no caso, faltou por não dispor deste ingrediente)

Preparação
Levar os líquidos ao lume com a casca de limão, a canela e a pitada de sal. Quando ferver, juntar o arroz e deixer cozer cerca de 1 hora até o líquido reduzir substancialmente. Adicionar o mel de arroz, mexer e deixar cozinhar mais uns 15 minutos.
Servir polvilhado com canela.

Sobremesa tipicamente outonal mas só para dias sem exemplo até porque, para mim, estava muito doce...

ADAPTAÇÕES: Substituir o leite de aveia por leite de vaca e o mel de arroz por 300gr de açúcar. No fim da cozedura, podem acrescentar-se as gemas de 2 ou 3 ovos biológicos, previamente desfeitas (devendo a junção fazer-se mediante incorporação do arroz nas gemas, fora do tacho, para que as gemas não cozam e fiquem esfiapadas no arroz caso se incorporem no arroz fervente).

COZINHA DE OUTONO - 4

FEIJÃO DE SOJA PRETO COM VEGETAIS DOCES E POLENTA DE LEGUMES

Receita do Módulo "Cozinha para emagrecer e engordar", ministrado pela Profª Maria Teresa, Curso Anual de Culinária Macrobiótica, 2010/11



Como avant-propos, não sei se este prato engorda ou emagrece,mas receio que seja para a engorda... Mas como no receituário se informa que é bom para desportistas e eu tinha feito um treino intenso de 1h30m, acho que a energia da refeição serviu apenas para compensar a gasta no treino...

Ingredientes
1 chávena de feijão de soja preto lavado, demolhado com alga kombu
1 cebola em cubos
1 cenoura em cubos grossos
2 fatias de abóbora em cubos
1/2 batata doce em cubos
azeite
sal
louro
mirin
vinagre de ameixa
alhos picado


Preparação
Cozer o feijão na panela de pressão com a alga durante mais de 1,5h (ao fim de 1h ainda estava duro).

Saltear a cebola em azeite e sal até ficar transparente, juntar a cenoura, a batata doce e no fim a abóbora, temperar com um pouco de mirin, mexer e tapar. Deixar estufar cerca de 30 minutos. Polvilhar com umas gotas de shoyu.
Na receita original, juntava-se então o feijão e deixava-se estufar mas como as quantidades eram um pouco substanciais e queria ter flexibilidade para redons, optei por fazer a mistura apenas no prato e não no tacho.

POLENTA DE VEGETAIS

Ingredientes
1 chávena de carolo de milho (ou polenta instantânea, versão pela qual optei)
3 chávenas de água a ferver
1/2 cebola picada
azeite
sal
louro
1 dente de alho picado
juntei igualmente uma sobra de seitan estufado com cogumelos shitake, tudo bem picado e uma colher de sopa de alcaparras compradas há um mês na feira (são azeitonas não curtidas, descaroçadas e cortadas ao meio, que em casa têm levada uma cura de azeite e orégãos)

Preparação
Saltear a cebola e os alhos em azeite e sal até ficar transparente, juntar o resto de seitan e as alcaparras, a polenta, mexer e deitar então a água, mexendo sempre até a polenta absorver totalmente a água.

Servir com nabiças escaldadas e pickles de gengibre, temperei o feijão com gengibre fresco espremido na altura e polvilhei-o com alho aromático picado.

ADAPTAÇÃO: pode utilizar-se outro qualquer feijão mais vulgar, branco, vermelho, catarino e, fazendo absoluta questão, acrescentar-se enchidos a gosto (previamente cozidos em água, à parte, e juntos apenas na fase da composição do prato).

COZINHA DE OUTONO - 3

LASANHA DE GRÃO COM VEGETAIS DOCES



Redon preprado com as sobras do grão estufado com vegetais doces.

Ingredientes
Grão estufado com vegetais doces (convém que tenha bastante molho para que se incorpore na lasanha)
Tiras de massa para lasanha
Natas de aveia
Manjericão fresco em folha
Noz moscada moída

Preparação
Colocar o grão e as tiras de lasanha em camadas alternadas, polvilhando cada camada com manjericão picado, terminar com uma dose generosa de natas de aveia, temperadas com noz moscada moída.
Levar a forno quente cerca de 30 minutos.
Servi com pickles de gengibre, cenoura e nabo ralados e salada de alface.

ADAPTAÇÕES: não há, do grão ou se gosta ou não de gosta (e eu adoro!)

COZINHA DE OUTONO - 2

GRÃO ESTUFADO COM VEGETAIS DOCES

Mais uma receita inspirada numa publicada no sítio Internet do Instituto Macrobiótico Português.




Ingredientes
Grão de bico previamente cozido e um pouco da sua água
2 cebolas em meias luas
2 cenouras cortadas em palitos
Sal
azeite
vinagre de ameixa
pitada de caril

Preparação
Levar a cebola ao lume com um fio de azeite e sal até a cebola ficar translúcida. Juntar então os palitos de cenoura, mexendo suavemente, acrescentar um pouco da água de cozer o grão, tapar e deixar estufar até a cenoura ficar macia. Acrescentar então o grão, envolver, temperar com um golpe de vinagre de ameixa e uma pitada de caril.

Acompanhou um arroz cozido com cevadinha, coroado com gomásio, e umas nabiças cozidas e ligeiramente salteadas em azeite e alho.

Adaptações à cozinha tradicional:
Não tem que haver; quem quiser e fizer muita questão, poderá acrescentar uns enchidos no grão.

COZINHA DE OUTONO - 1

JARDINEIRA DE SEITAN COM QUINOA, ALGA ARAMÉ SALTEADA E SALADA

Receita inspirada na publicada no sítio Internet do Instituto Macrobiótico Português



Ingredientes
250 gr. de seitan em cubos
uma mão cheia de feijão verde cortado em tiras com 4/5 cm
1 cenoura cortada em quadrados
1 cebola cortada em quadrados
sal
shoyu
2 folhas de louro
azeite
pitada de mirin
2 ou 3 dentes de alho picados

Preparação
Saltear o seitan no azeite com os alhos e um pouco de sal. Juntar a cebola, deixar estufar ligeiramente, e depois a cenoura e o feijão verde. Borrifar com água, tapar e deixar estufar 20 ou 30 minutos, temperando então com um pouco de shoyu e rectificando os demais temperos.
Nota: da próxima vez, farei uma marinada prévia com shoyu, louro e alho, durante uns 20/30 minutos.

A quinoa preparou-se cozendo uma medida de quinoa com três de água com sal e um pouco de alho picado, até absorver completamente a água (não esquecer que a quinoa se lava em água abundante e se esfrega muito bem).

A alga aramé salteada com cebola prepara-se levando a cebola em meias luas ao lume com azeite e uma pitada de sal (muito pouco, pois as algas e shoyu já têm sal q.b.) e, quando a cebola estiver translúcida, junta-se a alga demolhada cerca de 10 minutos, mexendo, tapando o tacho e deixando estufar cerca de 10/15 minutos, a que se acrescentam umas gotas de shoyu no final.

A salada é a alface de sempre e a cenoura ralada.

As sobras da jardineira foram aproveitadas numa outra refeição para fazer um risotto de seitan, que se preparou da seguinte forma: levou-se uma chávena de arroz integral já cozido ao lume com um fundo de água, acrescentou-se a jardineira, envolveu-se bem e temperou-se no fim com pitada de vinagre de arroz.


ADAPTAÇÕES
Este prato poderá ser cozinhado com uma leguminosa previamente cozida ou, quem não tiver restrições quanto ao consumo de carne, com uma qualquer carne à escolha, de preferência de origem biológica.

COZINHA DE OUTONO

PREFÁCIO

O "regresso às aulas" tem sido complicado no que respeita a este blog.
Projectos como o "Trinta dias" agora não teriam vingado: a cozinha de fusão foi um ar que lhe deu, a exploração de receitas tradicionais alentejanas e algarvias, idem.
De repente, chegou o dia 1 de Novembro e - pânico! - faltam dois meses para o fim do ano e tantos projectos e objectivos ainda para cumprir.
Glup!... Aperto - grande - o estômago.
Bem, mas comer, tem que ser todos os dias, não é? Pode também transformar-se em objectivo... E os objectivos têm que ser "smart" - iniciais de qualquer coisa como simple, measurable, achievable, r???? e temporary(?!), ou seja, e traduzindo estas americanices, simples, medíveis, concretizáveis e com um calendário de concretização pré-definifo, sob pena de se transformarem em meros desejos e fantasias.

Assim, até 31 de Dezembro, há que praticar menus de Outono e, daqui a uns dias, menus de Inverno, o que não calha nada mal, agora que o calor - apesar de ter acabado apenas há 10 dias - não é mais do que uma recordação, ainda mais recordação desde que a mudança da hora nos afunda numa negritude feia e medonha a meio da tarde (sim, 6 horas é meio da tarde para mim). A este propósito, confesso que era uma adepta convicta da chamada "hora do Cavaco" (lembram-se quando entre 1992 e 1996 vivemos pelo fuso horário de Madrid, Berlim, Roma e era dia quase às 11 da noite em Junho? Claro que às 8 da manhã ainda era escuro, mas com isso vivia eu bem...).

Voltando aos tachos, é tempo, pois, de pratos mais quentes, substanciais e
reconfortantes que nos dêem a energia e vitalidade necessárias para ultrapassar esta época.

Tentarei colocar aqui uma ou duas receitas por semana.

As de hoje correspondem a pratos experimentados na última semana.

Em simultâneo, e para "as famílias" que querem cozinhar mas não macrobiótica em particular, proponho-me, no final de cada receita, fazer uma adaptação à culinária dita tradicional.